Poliomielite: quais são as causas e como prevenir?
Você sabia que a poliomielite foi reconhecida pela primeira vez por Jakob Heine, em 1840, e, que seu agente causador, o poliovírus, identificado em 1908 por Karl Landsteiner?
Sem dúvida, esta foi uma das doenças infantis mais temidas do século 20, causando deficiências físicas (paralisia) em milhares de pessoas, especialmente crianças, na Europa e nos Estados Unidos.
Por volta de 1910, grande parte do mundo sofreu um aumento dramático dos casos, incentivando uma corrida contra o tempo em busca da vacina. A medicação foi desenvolvida anos após, na década de 1950, reduzindo o número global dos casos. Em agosto de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou ao mundo a quase erradicação global da doença.
Causas da poliomielite
A poliomielite causa infecção por meio do poliovírus, que coloniza o trato gastrointestinal. O tempo de incubação (até os primeiros sinais e sintomas) varia de três a 35 dias, sendo mais comuns os períodos de seis a 20 dias. O agente patógeno (PV) causa doença somente em humanos. Os cientistas identificaram três sorotipos: tipo 1 (PV1), tipo 2 (PV2) e tipo 3 (PV3). O primeiro é a forma mais comumente encontrada e associada à paralisia.
O poliovírus pode ser transmitido por contato direto com alguém infectado, ou, menos comumente, pela água e alimentos contaminados. Pessoas portadoras também podem espalhar a doença pelas fezes ou pela boca de pessoas doentes, pois a falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal são fatores que favorecem a transmissão.
A poliomielite afeta principalmente crianças menores de 5 anos, no entanto, indivíduos de todas as faixas etárias que não tenham sido vacinados correm o riso de pegar a infecção. Em casos de complicações acabam causando a paralisia muscular temporária ou permanente, invalidez, deformidades ósseas e a morte.
Saiba como se prevenir
A forma mais eficaz de prevenir a poliomielite é a vacinação. A maioria das crianças nos Estados Unidos recebe quatro doses do medicamento, nas idades de dois meses de vida, quatro meses, entre 6 e 18 meses, 4 e 6 anos.
No Brasil, existem estratégias diferenciadas para crianças de 1 a 5 anos de idade. Dependendo do esquema vacinal registrado na caderneta, poderá receber a Vacina Oral Poliomielite (VOP) ou a Vacina Inativada Poliomielite (VIP).
A vacina é segura para pessoas com sistema imunológico enfraquecido, embora não seja certo quão protetora a vacina é em casos de deficiência imunológica grave. Os efeitos colaterais comuns são dor e vermelhidão no local da injeção.
A VPI pode causar uma reação alérgica em algumas pessoas. Como a vacina contém traços de antibióticos estreptomicina, polimixina B e neomicina, ela não deve ser administrada a ninguém que tenha reagido a esses medicamentos.
Os sinais e sintomas de uma reação alérgica geralmente ocorrem dentro de minutos a algumas horas após a injeção, causando dificuldade ao respirar, fraqueza, rouquidão ou respiração ofegante, frequência cardíaca rápida, urticária e tontura.
Lembrando que uma única dose de reforço de IPV dura a vida toda. Os adultos em risco incluem aqueles que viajam para partes do mundo onde a doença ainda ocorre.